sábado, 26 de setembro de 2015

Story Of My Life - 3° Capítulo



''Tentando empurrar este problema pra cima do morro quando isto é muito pesado para segurar pense que agora é a hora de deixar isto deslizar'' - Let It Go, James Bay.


Narradora On

Um canhão de luz desceu sobre seu rosto e timidamente ela desceu as escadas sentindo cada parte de seu corpo gelar em ansiedade ao perceber os olhares dos convidados sobre ela, a música estourou no ambiente e ao som de  The Way You Look Tonight  ela sorriu radiante ao tocar na mão de seu pai. Ele a conduziu pelo salão em uma elegante coreografia que o mesmo jugava como ''ultrapassada'', mas Margareth fizera questão de não fugir a tradição da família, celebrando então os decimo sexto aniversário de Clary Grace com um de suas luxuosas festas, que envolviam orquestras e ilustres convidados nos quais Clary não dava a mínima. Agora, um certo jardineiro ''fora da lei'' roubava toda sua atenção ao fundo da festa. Estava um tanto charmoso com seu smoking amassado, um sorriso debochado de lado e um charuto entre os dentes. No momento que seus olhos se encontraram Clary fechou os olhos e tentou imaginar estar em seus braços agora, sentindo seu inconfundível perfume, menta misturado ao cigarro. E então seu pai a girou pela sexta vez, terminando perfeitamente a coreografia ''ultrapassada'', dando inicio a uma fila de cumprimentos, que custaram uma hora e meia de sua noite.

Ela se trocou pela 4° vez, agora vestia um vestido rose, um tanto curto, que lhe deixava ''atraente'', ela sorriu ainda se olhando no espelho, tomando coragem para novamente descer as escadas. Três baques e a porta se abriu, seu coração saltou inúmeras vezes, a sensação de ter tomado uma pancada no estomago novamente a consumiu e tudo que saiu de si fora:

- O que faz aqui?! - Soando como um suspiro em meio a um sorriso bobo. O mesmo fechou a porta com o pé esquerdo, largou o charuto pelo caminho, retirou a rosa do bolso, e sorriu.

- Decidi entregar o meu presente pessoalmente.- Ele sorriu fazendo referência a entregando a rosa.

- Uma rosa? - Ela rolou os olhos em desdenho e virando de costas.

“Aquilo que chamamos de rosa, com outro nome, seria igualmente doce”. - Ele levantou, aproximando-se de Clary.

Shakespeare.- Ela sorriu novamente. - Está tentando me impressionar Malik?- Terminou ela virando-se e então encostando seu corpo contra o dele.

- Estou tentando te mostrar umas coisas sobre mim. - Ele alisou seu rosto.

- Mostre-me Zayn. - Ela roçou a boca sobre seu pescoço o provocando.

- Se você se atreve, chegue mais perto. - Ela se atirou em seus braços.

Olhos nos olhos, corpo a corpo, sorrisos largados e tudo aconteceu. As luzes caíram e de seu quarto Clary ouvia os murmúrios dos convidados, Zayn ofegou sobre seu pescoço, apertou os braços sobre seu corpo e sua voz trêmula anunciou:

- Porra! - A empurrou nervoso. - Vamos! Rápido! Corre!

Mas Clary não se mexeu, só conseguia pensar como tudo fazia sentido, em como foi burra para não perceber tudo aquilo antes, só conseguia ter ódio. E assim, novamente, as cenas se borraram, e tudo que se lembrava eram de gritos, palavras que não faziam o mínimo sentido agora, as mesma que lhe perturbariam por anos.

[....]

 - Memórias idiotas. - Disse sorrindo por fim a sua advogada.

- Se lembra onde estava após o seu possível desentendimento?

- Acordei num quarto de hospital, com a notícia de que papai havia falecido estampada no jornal, envenenamento e eu, estava chapada há alguns dias desde seu funeral, eu não tinha acompanhantes, desde o primeiro dia, quando dei entrada no hospital público, no subúrbio.

- Defina ''chapada''.

- Eu não sei ao certo, foi basicamente o que me disseram.

- Não procurou saber o por que?

- Eu tinha mais coisas para tentar entender, a única coisa que me lembrava era de meu endereço.- Bufou se sentindo idiota.

- E quanto ao seu acompanhante?

- Eu não tinha. Ele simplesmente me largou por lá.

- Não poderiam te medicar sem registros.

- Era um caso de emergência. Eu tinha ferimentos um tanto graves.

- Eu não vou te perguntar o que eram, porque você não parece saber nem seu RG. Minha única pergunta é, porque só procurou um advogado agora?

- Não que havia evidências contra mim. Logo que sai do hospital me mudei de cidade, só procurei por minha família uma vez, logo quando sai de lá, até me procurarem, Margareth minha tia me deixou um bilhete.

- Um bilhete meio ofensivo para o meu gosto. O que me diz de Margareth?

- Irmã de minha falecida mãe, me educou, de forma severa, já que meu pai tinha negócios como sua prioridade.

- Entendo, vamos encerrar por aqui. Vou dar uma olhada nestas evidências e logo vou em busca destas informações. Consegue se lembrar ao menos do nome do hospital?

- Magnus.- Ela se lembrava claramente da luminosa placa. (kibei da novela)

- Boa garota. Até logo, assim que tiver informações te informo.

- Ok. - Disse por fim.


Clary odiava ter que responder todas estas perguntas novamente, talvez fosse por isso que nunca procurou ajuda, por não saber absolutamente nada, exceto pelos tais ''pesadelos'', que ela pensava poder revelar algo sobre esta noite. Relembrar o passado, aliás, tentar, parecia correr em labirinto sem saída, agoniante, quando não se tinha respostas.

[.....]

 Já era ano novo, 2 dias tinham se passado desde a visita de Margareth, onde após seu desmaio deixou um bilhete sobre sua escrivaninha ''Nos vemos no tribunal'' era o que dizia. Margareth nunca acreditou na versão de que Clary realmente não se lembrar de nada, as vezes nem Clary acreditava, teria mesmo matado seu próprio pai? O que aconteceu com Zayn naquela noite? O que ela havia bebido? Como se machucou? E por último, porque tudo isso agora?

   Eram estas perguntas que faziam Clary perder uma noite de sono, um dia normal, um ano qualquer para aflição e angústia. E agora, haveriam respostas?

Narradora Off

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